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Review | The Walking Dead S08E09 – Honor. Do fim vem o recomeço!

Depois de um longo hiato tivemos a volta da 8ª temporada de The Walking Dead. Muito se esperava deste episódio, já que a mid-season deixou a questão da possível morte de Carl em suspenso e, mesmo que pareça óbvio, muita gente não acreditava no fim do personagem. Lógico que outras questões como o que houve com Morgan, Carol e Ezequiel, além de como os Salvadores fugiram foram explicadas, mas o episódio era de Carl.

Honor começa com um pedaço de Flash-forward, que já tinha sido apresentado no episódio Mercy, o primeiro desta oitava temporada, seguido uma cena belíssima do que parece ser Michonne e Rick enterrando o corpo de Carl. Com uma fotografia incrível e uma carga dramática intensa, só quebrada pelo flashback do que seria o momento da mordida em Carl. Reparem que o diretor Greg Nicotero, tentou focar em closes fechados, valorizando a expressão de Carl.

Greg Nicotero, diga-se de passagem é o melhor diretor de episódios da série, já tendo o feito 11 vezes. O episódio da morte de Glenn e Abraham (s07e01), o de apresentação de Negan (s06e16), o da invasão zumbi em Alexandria em que Rick sai matando geral na machadinha (s06e09), a fuga da do Santuário de canibais (s05e01) estão entre os dirigidos por ele e, reparem, todos estão entre os 10 melhores da série. Ele é o diretor dos famosos primeiro e último episódios, ou melhor, dos bons de cada season.

O diretor brinca com a linha temporal mais uma vez e faz uma montagem que nos coloca emocionalmente na história. O episódio segue ao som At The Bottom Of Everything da banda indie norte-americana Bright Eyes, em que a letra fala da despedida minutos antes de morrer, enquanto mostra os últimos momentos de Carl. A Jornada do príncipe de Alexandria estava chegando ao fim.

Com diálogos bem construídos, pai e filho parecem estar ao mesmo lado e ao mesmo tempo em opostos. Rick encontrou na guerra uma chance de buscar a Paz, mas em troca disso perdeu sua humanidade, cometendo atrocidades, que o herói até então não cometeria. Ele quer sobreviver e pra isso subverte seus princípios em um mundo onde os pilares da sociedade já não existem. Não dá pra questionar seus métodos, afinal, até o momento, tinha protegido sua família e amigos assim.

Carl tem outro ponto de vista, as coisas podem ser resolvidas com mais conversa, afinal não existem o bem e o mal, apenas pessoas querendo sobreviver; Negan e os Salvadores, Alexandria, Hilltop e o Reino são partes de um mundo que se infestou de zumbis, mas não quer dizer que sejam inimigos, todos podem conviver sem que haja necessidade de uma guerra.

O grande problema que é o mundo não é cor-de-rosa, e para uma acordo acontecer, muita coisa deve ser deixada de lado, e ninguém parece querer baixar a guarda. Bem é verdade que se Rick tivesse acolhido Siddiq quando ele apareceu, Carl não teria sido mordido, mas ‘se cobra andasse de ré, enchia o cu de terra’. Não existe “se” e as consequências de cada ato são sentidas sempre. Entendo o ponto do filho de Rick, mas fica difícil de mensurar essa trégua a curto prazo.

O fato é que a morte de Carl pode guiar a série pra uma direção mais cinzenta, dependendo da reação de Rick a tudo isso.

Outro ponto que fica claro no decorrer do episódio é que o Flash-foward não é uma visão do futuro de Rick e sim de Carl, é como ele idealizava seu mundo perfeito, onde todos podem conviver em paz, inclusive o NEGAN.

Debates à parte, devo dizer que a entrega do chapéu pra Judith soou como uma literal passagem de chapéu, todo o legado de Rick e Carl se recaem sobre Judith, até então inútil a trama, mas que pode se mostrar como o futuro da série. A série novamente se desligando das HQs e criando novas e promissoras possibilidades. Se vão ser aproveitadas, só saberemos a frente. Tomara que sim.

Eu sei que eu poderia falar (novamente) do chove não molha do Morgan, uma hora mata, outra não, mas já encheu isso, tanto quanto a Carol que atrai sempre crianças pra perto de si. Praticamente um versão da Xuxa. Aliás o que interessa do núcleo do reino foi apenas ver novamente Ezequiel decidido e líder. O episódio foi do Carl e ele teve um excelente despedida, com o peso emocional na medida.

Espero que sua morte seja um divisor de águas e que realmente os produtores sigam por novos caminhos. A série, que já confirmou a 9ª temporada, está com a fórmula desgastada e precisa de novos ares, que a nova showrunner só poderá trabalhar no próximo ano, mas que Scott Temple deverá encaminhar neste final de temporada, afinal, temos 7 episódios para a guerra e queremos excelentes capítulos como o dessa semana!

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