Quando comecei a ficar interessada por maquiagem, também acabei fascinada pelo universo das Drag Queens. Vamos combinar que elas são as melhores nesse quesito.
Por consequência, assim que a a Netflix anunciou uma animação dedicada a essas artistas, a contagem regressiva já começou no meu calendário.
Em Super Drags somos apresentados a de três jovens gays, Patrick, Donizete e Ralph, que trabalham em uma loja de departamento e têm que aguentar o chefe escroto. Mas quando convocadas elas se transformam nas super-heroínas, Lemon Chifon, Scarlet Carmesim(minha favorita) e Safira Cyan, prontas para salvar o mundo da maldade de uma vilã espalhafatosa.
Assim como em As Panteras e Super Espiãs Demais, nossas heroínas possuem uma mentora, dublada e inspirada na drag queen, Silvetty Montilla. A personagem, Vedete Champagne, é divertidíssima e está sempre acompanhada do seu fiel companheiro Dildo, um robô faz tudo… tudo mesmo (hahaha).
O antagonismo é divido entre Lady Elza, que pretende roubar o Highlight, que faz com que as pessoas percam seu brilho/força vital, e o Profeta Sandoval Pedroso, um líder pentecostal que comanda o campo de concentração que oferece “cura gay”.
Super Drags entrega uma animação que transita entre os lições e divertimento. É atrativa para seu publico-alvo LGBTQ+ e também para os heteros simpatizantes. O roteiro usa e abusa de situações irônicas e debochadas para apontar as alegrias e infortúnios no dia a dia dos LGBTQs, sempre mantendo o respeito pela luta diária destes. Além disso a série também entrega muito humor ligado à cultura nerd/pop e ao mundo do entretenimento.
A Netflix acerta em cheio ao incluir em suas opções um desenho que traz uma mensagem crítica, construtiva e positiva, principalmente diante da atual circunstância do país. Os assuntos sérios são mascarados de forma humorada, mas no fim, fazem despertar questionamentos de quem assiste a produção.
A animação brasileira prova mais uma vez a qualidade dos nossos roteiristas, designers e ilustradores, Marcelo Pereira, Anderson Mahanski, Fernando Mendonça e Paulo Lescaut entregam um trabalho muito bem ilustrado, rico em detalhes e cores, além de uma animação que facilmente se comparam as de grandes canais de desenhos como Cartoon Network.
A dublagem é outro show a parte, o desenho conta com as vozes de Sérgio Cantú, Wagner Follare, Fernando Mendonça e até há uma participação de Guilherme Briggs. Além, é claro, de Pablo Vittar que aparece no papel de Goldiva, uma super estrela.
Apesar de ter apenas cinco episódios a série entrega uma história interessante e divertida e que deixa em aberto temas para a próxima temporada. O destaque fica para o episódio final com referências a Power Rangers e um Plot Twist de cair o queixo. Talvez, o único problema com Super Drags é que ela acaba.