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Review | Black Mirror S04E06 – Black Museum

Antes de começarmos… Se você ainda não leu nosso review dos episódios anteriores poderá ler clicando nos links: 1º Episódio | 2º Episódio | 3º Episódio | 4º Episódio | 5º Episódio

O 6º episódio foi recheado de referências aos episódios anteriores. A história começa com Nish viajando até o Black Museum, um museu de crimes (que contem itens de vários episódios passados) cujo o proprietário é Rolo Haynes.

Durante a visita são destacados 3 itens. O primeiro deles é uma touca de eletrodos, que foi desenvolvida por Rolo e sua equipe. No começo o projeto visava criar um dispositivo que fosse capaz de transmitir conhecimento de um ser vivo para outro, mas quando o protótipo ficou pronto e iniciaram os testes, viram que o dispositivo na verdade transmitia sensações físicas, porém sem danos ao receptor.

Então Rolo convence um médico a implantar o dispositivo, para assim ele poder sentir as dores dos pacientes e melhorar o diagnóstico. Após muitos casos de sucesso, surge então um paciente tendo um infarto, porem o médico queria mais tempo sentindo a dor para realmente ter certeza do diagnostico, eis que o paciente vem a óbito e o médico ainda estava conectado com ele acaba sentindo como é morrer. Depois desse incidente o implante do médico estragou e ele começou a sentir prazer na dor, chegando até a se mutilar para obter prazer, porém por mais contentamento que a automutilação desse a ele, ainda não tinha o elemento do medo que era causado pela dor nos pacientes. Ele então acaba matando outra pessoa para ter essas sensações.

E é ai que temos a nossa primeira reflexão sobre o episódio, será que vale a pena implantar um dispositivo para sentir as dores de outras pessoas, mesmo que for para o bem delas?  O quão era necessário o uso desse diagnostico no caso do paciente com infarto, que era urgente e certeza que era infarto? Foi um erro da equipe ter deixado ele tempo demais, a ponto de vivenciar a morte do paciente? E muitas outras questões.

O segundo item é um Macaco de pelúcia, que continha a consciência de uma mulher que sofreu um acidente e estava em estado vegetativo, Carrie, Rolo apresentou a seu marido, Jack, um dispositivo capaz de colocar a consciência dela dentro da sua cabeça para q ela possa voltar a conviver com seu filho.

Alguma vez você já imaginou viver dentro da cabeça de outra pessoa? Ter alguém amado dentro da sua cabeça? Ou até mesmo viver dentro de um objeto? Esse episódio te mostra como seria isso, ter uma nova chance de sair da cama do hospital e sentir tudo o que a outra pessoa sentir, porém sem poder controlar nada, sendo apenas um espectador. Nos primeiros dias foi tudo maravilhoso, mas com o passar do tempo ele percebeu que não tinha mais privacidade e não era capaz de “desativar” sua esposa, então ele procurou Rolo e ele desenvolveu em aplicativo capaz de pausar sua esposa. As coisas estavam tão ruins entre eles que o marido acaba pausando ela por 8 semanas, quando ela volta ambos discutem muito e ele decide pausa-la durante a semana e despausar somente aos finais de semana.

Com o passar do tempo Jack se apaixona pela vizinha e Carrie fica com ciúmes. Então ele procura Rolo novamente para achar uma alternativa de tira-la de sua cabeça, porém sem desativa-la, e é ai que ele acaba colocando Carrie dentro de um macaco de pelúcia sem o consentimento dela, ela podia responder se estava feliz ou triste através de duas falas do macaco. No começo seu filho brincava bastante com ela, mas com o passar do tempo como toda criança enjoa do brinquedo, ela acabou sendo jogada de lado. Será que vale apena prolongar sua vida não tendo controle de si próprio, sendo apenas um espectador? Viver para sempre é bom?  Viver sem seu corpo para sempre sendo solitário e dependendo de outras pessoas para interagir com você, é uma boa opção?

O terceiro item é a atração principal do museu, um holograma com a consciência de um preso que foi para a cadeira elétrica. Então Rolo usava seu holograma para simular a cadeira elétrica, seus visitantes acionavam a cadeira elétrica, puxando a alavanca e viam o que acontecia com uma pessoa nela por 10 segundos, pois de passasse de 15 segundos ele deixaria de existir, ao final ainda recebiam um chaveiro com o holograma sentindo a dor do choque. E ele ficava preso nisso, apenas tomando choque por 10 segundos, durante o dia inteiro todos os dias.

Até que um dia Rolo aceitou dinheiro para deixar um visitante deixar ele mais tempo tomando choque, então depois disso seus neurônios holográficos foram danificados e ele ficou em estado vegetativo. E ninguém queria mais eletrocutar ele, sua esposa o viu desse jeito e tomou remédio com vodca, vindo a óbito. Ao final do episódio descobrimos que Nish é a filha desse preso do holograma e que ela tinha envenenado Rolo no começo do episódio, assim que ele morre ela coloca a consciência dele dentro do holograma do pai, o fazendo sentir o que ele fez com o pai dela, porem ela deixa eles tomando choque por 15 segundos e eles acabam “morrendo”. Então ela pega o macaco com a Carrie e põe fogo no museu. Na última cena ela revela que a consciência da mãe dela está na cabeça dela.

Esse episódio mostra a trajetória de Rolo Haynes, como ele foi aprimorando suas tecnologias e o que foi dando de errado nesse caminho. Se você parar para analisar o terceiro dispositivo é um aprimoramento do segundo, que também é um aprimoramento do primeiro. Então nos faz pensar, mesmo com tudo que deu errado no primeiro dispositivo, ele ainda continuou suas pesquisas e desenvolveu uma versão melhor. O que acabou levando sofrimento a mais pessoas e resultou em sua morte. Até que ponto o avanço de certas tecnologias é bom? Devemos pensar bem para desenvolver algo que irá mudar a vida de outras pessoas, pois nem sempre isso muda para melhor.  E na minha visão esses são os pontos que a série quer mostrar.

E você o que achou do episódio, da temporada e até mesmo da série?  Conte para nós nos comentários.

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