É difícil colocar em palavras o que sentimos por algo ou alguém que amamos. E comigo, não é diferente quando se trata de Kings of Leon. Também conhecidos como KOL, já trilham um caminho de sucesso ao redor do mundo por mais de 20 anos. Tentarei de forma mais imparcial possível apresentar para vocês, um pouquinho mais sobre uma das minhas bandas favoritas.
Desde o princípio a banda é composta pelos irmãos Caleb Followill (vocal/guitarra), Nathan Followill (bateria), Jared Followill (baixo) e por seu primo Matthew Followill (guitarra). Eles se juntaram em 1999, na cidade de Nashville, muito jovens ainda. O que muitos não sabem é que os irmãos Followill vieram de uma família muito rigorosa e religiosa. Reza a lenda que eles eram muito restringidos, e não tinham muito contato com as coisas mundanas e do dia a dia, tanto que estudavam em casa.
O que acontecia era que seu pai, Leon Followill, era como se fosse um pastor de uma igreja. Porém, em 1997 ele deixou de pregar e junto acabou se separando de sua esposa. Caleb e Nathan foram mais cedo para Nashville e começaram a tomar gosto pela música, influenciados por Angelo Petraglia, um compositor. Mais tarde o irmão caçula e seu primo se juntam a eles, efetivando a banda.
Youth and Young Manhood (2003)
O primeiro álbum oficialmente lançado pela banda, vem em 2003, influenciado muito pelas experiências vividas e pelos desejos dos jovens membros do Kings of Leon. Trazendo em seu estilo um som bem “southern rock”, mas bem “southern rock” mesmo, junto com um rock de garagem. O álbum trouxe algumas canções marcantes como “California Waiting”, “Molly’s Chambers” e “Talihina Sky”. O sucesso mundial não foi total, porém, ironicamente, o som do KOL foi extremamente bem recebido na Inglaterra.
Aha Shake Heartbreak (2004)
Devido ao sucesso na terra da rainha, o albúm em sequência, Aha Shake Heartbreak fora lançado em 2004 na Inglaterra, e apenas em 2005 no restante do mundo. Mantendo um estilo muito parecido com o seu percussor, novamente fez muito sucesso na Inglaterra. Além disso, fez a banda ser muito conhecida na Austrália, sendo um dos 50 álbuns mais tocados em 2005 por lá. Os principais hits são “The Bucket”, “Slow Night, So Long”, “Four Kicks” e “King of the Rodeo”.
O sucesso da banda começou a ser reconhecido por outras bandas. Durante esse período o Kings of Leon abriu concertos de bandas como U2, The Strokes e Pearl Jam.
Because of the Times (2007)
Chegando ao seu terceiro álbum, mantendo o ritmo sulista e o vocal inconfundível, os Kings of Leon ganham o mundo. Mesmo não sendo o meu álbum favorito, considero Because of the Times o melhor álbum do Kings of Leon. Uma verdadeira coletânea de sucessos e de músicas marcantes. “Knocked Up”, uma melódica canção de 7 minutos de duração que abre o álbum em grande estilo, e segundo Caleb, a canção é uma representação de seu “medo de se envolver em relacionamentos” e como a chegada de um bebê pode afetar isso, na vida das pessoas.
O álbum segue com um total de 13 canções, lembradas até hoje em shows como “On Call”. Ou outra, que foi uma singela homenagem aos fãs britânicos da banda, “Fans“. Outros grandes sucessos vieram, como “Charmer”, “McFearless”, “Black Thumbnail” e “My Party”. Uma curiosidade sobre este álbum, é que o nome “Because of the Times”, é o nome de uma convenção religiosa, que os irmãos costumavam frequentar quando mais novos. Outro detalhe marcante vai para a capa do álbum, que é uma lâmpada sendo estilhaçada.
Only by the Night (2008)
Pouco mais de um ano após o lançamento do terceiro disco, vem Only by the Night, para dividir a opinião dos críticos, quebrar recordes e fazer os jovens brasileiros se apaixonarem. Vai dizer que você nunca ouviu “Sex on Fire” pensando naquela/naquele crush que não sai da sua cabeça? A sonoridade apresentada no quarto álbum do Kings of Leon é de fato bem diferente dos três primeiros, fazendo muitos fãs se questionarem sobre a banda.
Trazendo um pouco mais do rock alternativo, mais afastado daquele Southern rock, é o álbum mais vendido do Kings of Leon, figurando no top 10 de diversos países. Como já citada, “Sex on Fire” foi absoluta e ficou entre as mais tocadas em diversas rádios do mundo. “Use Somebody” por muito pouco nem entrou no álbum, por, segundo Caleb, “ser pop demais”. Grande acerto em deixar, pois se tornou uma das mais conhecidas e queridas músicas da banda. Outros dois grandes hits do álbum são as faixas de abertura “Closer”, a empolgante “Crawl” e a épica “Reverly”.
Come Around Sundown (2010)
Retomando as raízes e abalando estruturas, é lançado o quinto álbum da banda e meu favorito, por sinal. Essa é outra capa de álbum do Kings of Leon que me faz sentir algo diferente, as duas silhuetas de palmeiras em uma costa no por do Sol. Simples e sempre me trouxe uma paz especial. Aqui também se encontram grandes sucessos do KOL, os quais guardo com muito carinho no meu coração. São ao todo 14 músicas, que flertam muito entre o rock alternativo e aquele Southern rock clássico da banda.
As emblemáticas “Radioactive” e “Pyro” que trazem uma melancolia emocionante nos vocais de Calleb. A dramática “Mary”, onde Calleb se mostra triste pelo casamento do irmão Nathan, onde ele acha que irá perder seu irmão e companheiro. A espetacular “Back Down South” que fala sobre as memórias de onde a banda veio e o que passaram para chegar até onde estavam. Dou um grande destaque também para a faixa de abertura “The End”, para “The Face”, “The Immortals”, “Birthday” e “No Money”.
Mechanical Bull (2013)
O sexto álbum da banda vem três anos depois, após uma intensa turnê que a banda havia feito. Considero Mechanicall Bull bem parecido, sonoramente, com Come Around Sundown, novamente brincando com o alternativo e aquele rock de garagem. Nesse ponto com toda a trajetória da banda, já eram considerados como indie, trazendo uma mistura de sons única no mundo do rock.
O single principal do álbum é a épica “Supersoaker”, que ao ser lançado trouxe uma nostalgia dos primeiros anos da banda. Seguido logo após por “Wait for Me”, uma balada mais clássica e calma. “Rock City”, é uma música bem marcante devido a sua letra falar sobre como supostamente é a vida de um “rock star”. Mais um disco cheio de sucessos que fica até difícil escolher os melhores! Mas como sequencia de hits, coloco “Beautiful War”, “Temple”, Family Tree”, “Tonight” e “Last Mile Home”.
WALLS (2016)
Chegamos ao mais recente trabalho dos antes garotos e agora já tios, do Kings of Leon! Esse é o álbum mais diferente entre os sete, tanto sonoramente, quanto nos clipes lançados, até o nome do álbum. WALLS é a sigla para “We Are Like Love Songs”. São 10 músicas, e mesmo sendo o álbum com menos músicas, do KOL, praticamente todas são incríveis.
O single de abertura é a marcante “Waste A Moment”, que faz uma certa alusão a uma história, bem no estilo de filmes “de Hollywood”. Temos também “WALLS”, em uma vibe super oposta a anterior, uma música super calma e melancólica. “Around The World” é outra música para cima, e nos remete aos sons mais clássicos da banda.
Vale citar que o clipe desta música diversas pessoas de diferentes partes do mundo aparecem dançando, inclusive do Brasil. As músicas “Reverend” e “Find Me”, junto da primeira, contam uma pequena história através dos clipes. Outras que são maravilhosas em WALLS, são “Over”, “Wild” e a minha música favorita do Kings of Leon, “Eyes on You”!
E no dia 13 de fevereiro de 2020, por fim, é lançado um vídeo no canal oficial da banda no Youtube, contando sobre a turnê do álbum WALLS, e como a música de mesmo nome e todo esse período foram importantes para Calleb e para a banda. Nos últimos segundos do vídeo é possível ver uma mensagem: “the W8 is nearly over”. A tradução seria de que “a espera está próxima de acabar”, mas a mensagem subliminar fica pela abreviação da palavra “wait”, com um 8, que pode indicar que o oitavo álbum da banda está muito próximo de ser lançado. A ansiedade de todos os fãs já é notável, e agora o que será que podemos esperar dessa, talvez, “nova visão” da banda?
Curiosidades:
Após essa viagem pela história de uma das mais importantes bandas de rock alternativo da atualidade, deixo aqui algumas curiosidades sobre a banda:
– O nome Kings of Leon, é uma alusão ao nome do pai dos três irmãos, Leon Followil;
– A canção “Use Somebody” é um pedido de desculpas de Caleb para os seus colegas de banda, devido a uma briga.
– A banda tem um documentário, que conta sobre a história do grupo, chamado Talihina Sky: The Story of Kings of Leon.
– Eles já passaram pelo Brasil 5 vezes: Em 2005, abrindo shows para os The Strokes, no Tim Festival. Em 2010 foram headliners do SWU. Em 2012 se apresentaram no festival Planeta Terra e em 2014 no Circuito Banco do Brasil. No ano de 2019, foram headliners no sábado do festival Lollapalooza.
E por fim, nada mais justo vocês poderem ouvir essa maravilha chamada Kings of Leon, fiz uma playlist especial com todas as músicas citadas no texto! Espero do fundo do meu coração que vocês sintam o que eu sinto ao ouvir Kings of Leon. “Oh, don’t say it’s over, don’t say it’s over”!