Documentários

Miss Americana | Crítica com Spoilers

No dia 31 de janeiro de 2020, estreou pela Netflix, o mais novo documentário da cantora norte americana, Taylor Swift. Ao contrário de seu precursor, “Taylor Swift: Reputation Stadium Tour”, o tom de Miss Americana não é de festa, é de descoberta e de muita reflexão.

Ao longo das 1 hora e 26 minutos de tela, os momentos de emoção são muitos, especialmente para um fã que acompanha a anos a carreira e vida de Taylor. Mas o que ela quer nos mostrar com esse documentário?

Taylor Swift sempre foi conhecida pela sua qualidade musical, seja no lírico ou nas suas composições próprias. De cara, é isso que parecia que Miss Americana iria nos mostrar. Entretanto, ao longo dos minutos o que nos é apresentado, é uma desconstrução de um pensamento o qual guiou Taylor por toda sua vida. E então, a partir disso se reestruturar como uma nova pessoa, e batalhar por seus ideais.

De forma resumida, nos é mostrada uma viagem ao longo da infância e adolescência de Taylor Swift, consequentemente, nos mostrando suas primeiras composições e álbuns. E com isso de forma muito triste, o episódio protagonizado por Kanye West na premiação do VMA 2009, é retomado. Vamos formando uma intimidade com Swift, e consequentemente, entendendo como a personalidade dela como artista vinha sendo moldada ao longo dos anos.

Ela sempre achou que deveria ser a boa garota, que diz as coisas bonitas e certas, que todos querem ouvir. Ser o modelo de pessoa que todos deveriam ser. Ter a aparência que os outros gostariam que ela tivesse. Todas essas ideias, em um certo ponto, explodem, e alcançam o que conhecemos como “tipping point”. E nesse “tipping point”, é quando ela resolve dar um basta e utilizar de sua influência, visando uma vida mais saudável, tanto para ela, quanto para as outras pessoas.

Nos é apresentado também o caso do contra processo, de assédio sexual, no valor de um dólar. Esse seria talvez o maior guia para a mudança de pensamento de Taylor Swift, no momento em que ela passou por uma situação horrível que diversas mulheres sofrem todos os dias ao redor do mundo. Ela quebra o silêncio e vai à luta publicamente, tomando partido em discussões de gênero e políticas. Vemos ali a importante figura da mãe de Taylor, a apoiando em todas suas decisões, por mais difíceis que pudessem ser.

Os últimos anos, ao contrário dos primeiros de sua carreira, não foram apenas de composição e entrega musical, mas de ação. Essas ações as quais buscam um mundo melhor e mais justo para todos, onde todas pessoas possam ser o que e quem quiserem. Indo contra o próprio pensamento da indústria musical, Taylor Swift em “Reputation” mostra que quebrou o paradigma de ser a garota “certinha”. E em “Lover”, pudemos ver todo trabalho de criação do álbum, e o impacto que o mesmo teve na vida pessoal de Taylor. É mostrado que “Lover” gira muito em torno de garantir e reafirmar os direitos LGBTQI+ e das mulheres, além de mostrar uma Taylor mais madura e segura a respeito de quem realmente importa em sua vida.

É nos jovens que Taylor Swift aposta, acredita que “nossa geração” é a que pode fazer valer as mudanças no mundo. Mais igualdade, mais respeito. Swift deixou de ser apenas uma cantora influente, podemos ver ali, como ela se tornou a personificação de um ideal humanitário. Ela nos deixa, ao final do documentário sua nova música, “Only the Young”, que faz um apelo para o que fora citado a cima.

Seja nos EUA, na China, no Brasil, ou onde for, a mudança, seja de atitude ou pensamento, vem de nós mesmos, e só depende de nós para fazermos um mundo melhor. “Only the Young, only the Young, only the young… can run!”

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