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Harry Potter e a Criança Amaldiçoada | Resenha

Depois de nove anos de saudades ter qualquer coisa sobre Harry Potter para ler é alegria demais para um coração Potterhead. Afinal de contas para os fãs do bruxinho, essa não é uma mera coleção de livros, é quase um meio de vida!

Os livros foram lançados entre 1997 e 2007 contando a mágica história do menino bruxo contra Voldemort. Ao fim do epílogo de “Relíquias da Morte, passados 19 anos após o fim dos eventos do último livro, a frase “Tudo estava bem” concluiu exatamente o que JK Rowling havia prometido: Não haveria mais nenhuma sequência da história de Harry Potter.

Por isso mesmo, quando anos depois começaram os boatos de que haveria uma peça de teatro dando continuidade aos livros, o universo Potterhead parou e varinhas foram retiradas do armário! Devido a esse sucesso, para que o mundo inteiro tivesse acesso à história, e não apenas quem fosse à Londres assistir a peça, foi feita uma edição especial em formato de livro.

Há duas maneiras de você ler Harry Potter e a Criança Amaldiçoada: Se você espera uma continuação fiel dos 7 livros, esqueça. Ele não foi escrito por JK Rowling. O roteiro é de Jack Thorne que, apesar do esforço, nunca conseguiria reproduzir o jeito da autora. Mas, se for de cabeça aberta, lembrando-se de que não é um livro, mas um roteiro de teatro, e com vontade de revisitar o mundo mágico de Hogwarts, vá em frente! E pode ler nossa crítica sem spoilers!

A peça se passa 19 anos após “As relíquias da Morte” e começa contando a história de Alvo Severo Potter indo para seu primeiro ano em Hogwarts. Nosso coração Potterhead salta de felicidade ao “ver”, na famosa plataforma 9 ¾, Harry, Gina, Rony e Hermione de volta com seus filhos. E meio que é aí que nos separamos da coleção original, junto com Alvo no trem.

Sim, ficamos muito felizes em ver Hermione ser tudo o que queríamos que ela fosse quando adulta. E por Harry trabalhando no Ministério da Magia, apesar de se demonstrar um tanto confuso entre a humanidade e ser o maior bruxo de todos os tempos, não era muito diferente do que conhecíamos. Mas também não me deixou a sensação de que estava vendo o mesmo Harry.

O que me incomodou foi Rony e Gina. Rony, do jovem corajoso e leal que executou o melhor xadrez de bruxo em seu primeiro ano na escola de magia, tornou-se uma figura caricata. O alívio cômico da história! Não, aquele não era o Rony! E Gina? Nada mais do que uma figura de decoração! Qual o problema do autor com os Weasley??? Vou até parar de reclamar da Gina dos filmes depois disso! (Vou não!)

Há outros pontos negativos… Apesar da história se passar em torno de Alvo, me incomodou também, o abandono dos outros filhos de Harry: Tiago e Lilian. Pouco se fala sobre os dois no livro. Tiago, principalmente, já que ele estava em Hogwarts ao mesmo tempo. O vilão também incomoda um pouco pois, quem se aprofundou no universo Harry Potter, não acredita que a história seja plausível. É meio difícil de engolir…

Mas há aspectos positivos! A história em si é divertida, e em alguns momentos até empolgante. Traz aspectos que conhecemos de volta, como o Vira-tempo, e momentos saudosistas deliciosos! E é Hogwarts, né minha gente?

O melhor personagem do livro é o filho de Draco, Escorpio Malfoy. Essa foi uma aquisição excelente! Interessante, cheio de facetas e sua amizade com Alvo nos leva de volta ao tempo em que Harry, Rony e Hermione nos mostravam o que é amizade nos corredores de Hogwarts.

Enfim, se você não espera encontrar algo fiel aos livros de JK Rowling leia sem culpa, pois você irá se divertir. O livro de capa dura é uma graça! Agora, se espera ver o antigo Harry Potter passe longe dele.

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