Literatura

Desaparecidos em Luz da Lua – A Passa-Espelhos: Livro 2 | Resenha

Desaparecidos em Luz da Lua é o segundo volume da série A Passa-Espelhos, história criada pela francesa Christelle Dabos.

ATENÇÃO: se você ainda não leu o primeiro livro da série, esse texto pode conter spoilers.
Você pode ler a resenha completa de Os Noivos do Inverno aqui.

Ophélie finalmente é apresentada a corte e ao espírito familiar Farouk, nesse momento ela descobre as verdadeiras intenções de Thorn por trás do casamento arranjado com uma animista leitora. Thorn tem um contrato com Farouk, e precisa dos dons de leitora de Ophélie para conseguir cumprir sua parte. No Polo, quando as pessoas se casam, seus poderes familiares são compartilhados através da Cerimônia da Dádiva. Com o poder da leitura, Thorn poderá ler o precioso livro de Farouk e descobrir o que tanto aflige o espírito familiar.

Além da traição de Thorn, Ophélie precisa lidar com a chegada iminente de sua família ao Polo, precisa sobreviver as ilusões que são inflingidas a ela pela população da corte que vê nela uma inimiga, ela também precisa decidir o que fará com as cartas cheias de ameaças que tem recebido em nome de Deus. Além disso, pessoas importantes estão desaparecendo do Luz da Lua, pessoas que receberam cartas semelhantes as que Ophélie recebeu.

Nesse livro, os personagens com mais destaque são Ophélie, Thorn e Farouk, todos os outros (Berenilde, Tia Roseline, Raposa, Archibald, Madre Hildegard, entre outros) tem papéis devidamente importantes na trama, porém secundários quando comparados ao primeiro livro. Novos personagens chegam para agregar e com isso, mais clãs começam a aparecer, assim como outras áreas do Polo que passam a ser exploradas, como por exemplo a cidade de Asgard (sim, aquela da mitologia Nórdica).

Desaparecidos em Luz da Lua trás vários questionamentos sobre como o mundo se partiu, quem são os espíritos familiares, quem é Deus e como todas essas coisas estão interligadas no destino de Ophélie.

Ele não se escuta responder desta vez. Será a lembrança que acaba? Não, outra coisa. Ele não responde ao olho de Ártemis porque um imprevisto o impede. A sombra de Deus.

A cada certa quantidade de capitulos narrando a tragetória de Ophélie, surge um capítulo que conta uma memória de Farouk pela visão do espírito familiar. No começo são capítulos bem confusos, mas no desenrolar da história, suas memórias começam a ficar mais claras, ou ao menos mais compreensiveis.

Assim como no primeiro volume, na continuação a personagem principal segue passando por diversas provações, ela sofre traições, é manipulada, enganada e presencia mais de um assassinato. Seu desenvolvimento e formação são impressindiveis para dar continuidade a narrativa e a autora consegue estbelecer essas mudanças muito bem.

A história segue no Polo, cercada pela corte e seus modos, ou seja as referências à Belle Époque seguem firmes e fortes. Porém, com a chegada da família de Ophélie ao Polo, um ar mais amistoso é inserido em algumas parte da narrativa.

Muita coisa acontece nessa parte da história, por isso a narrativa acaba sendo um pouco mais acelerada que no primeiro livro. Pra quem curte leituras mais dinâmicas, isso é excelente. Mas pra pessoas que preferem narrativas mais detalhistas (eu toda), pode ficar uma sensação de que faltaram informações pra compor o todo.

Ophélie os observou se distanciar na plataforma com a mesma impressão persistente de descompasso. Qual era seu lugar?

A saga da Passa-Espelhos está ficando cada vez mais complexas, com o desenvolvimento de Ophélie e sua relação com os demais personagens, muitas questões ficam em aberto no fim desse livro, dando aquele gostinho de quero mais no fim da leitura da última página.

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