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Curon (Netflix) | O suspense italiano vale a pena?

No momento que tive conhecimento de Curon, a premissa pareceu um tanto quanto instigante, uma vez que apresentava uma pacata cidadezinha no interior da Itália em que bizarros fatos aconteciam ao passar do tempo. Decidi me arriscar em mais uma produção original Netflix ambientada na Europa.

O mistério de Curon

Curon é o nome de uma comuna italiana aonde se passa toda a história. Anna volta a cidade depois de 17 anos ao encontro do pai, que aparentemente tem seus resquícios de um passado um tanto quanto conturbado. A mulher vai acompanhada dos filhos Mauro e Daria, que são apresentados logo de cara a uma parte da cidade que ficou submersa depois de anos, ficando a vista do lago apenas uma torre do sino, que de acordo com a lenda, nem sino tem mais.

A volta de Anna a cidade mobiliza os moradores, que já a reconhecem pelo passsado que envolveu inclusive a morte de sua mãe. Apesar de já vermos logo no início da série a cena de seu assassinato, não fica bem claro como tudo isso foi motivado e porque Anna é visto com maus olhos pelos habitantes de Curon.

O único fato que sabemos é que o maior temor é quando alguém ouve os sinos da torre submersa. A partir daí, o passado reprimido de Curon é revivido e o mistério toma conta da cidadezinha.

Drama familiar

Curon apresenta duas principais famílias da cidade. Os Rainas, família de Anna, e os Aspers, que convivem na mesma escola com Mauro e Daria, construindo uma relação de amor e ódio com o decorrer da série. Com o passar da trama acabamos conhecendo melhor as famílias, e inclusive uma peculiar união em seu passado.

É evidente que a maior curiosidade da série fica em torno de entender o passado de Anna e o que motivou a bendita torre do sino no meio do lago, mas a dedicação que o roteiro dá para a interação entre as duas famílias é algo que agrega e muito a história. Apesar de se tornar maçante em determinado momento, ao final entendemos que faz todo sentido o foco tão exacerbado entre os pais dos Rainas e dos Aspers.

O elenco

Assisti poucas produções italianas até então, mas graças a leva de produções europeias na Netflix, aos poucos fui conhecendo boas coisas (outras nem tanto). Assim como as outras produções que vi, o elenco é inteiramente do país de produção, tendo em sua maioria só realizado produções italianas não conhecidas do grande público.

Apesar de não haver atuações de grande destaque, ao final deixo um saldo positivo a se destacar para Anna Ferzetti, que interpreta Klara, a matriarca da família Asper, e Juju Di Domenico, que faz o papel de Micki Asper. O destaque fica principalmente pela evolução das atuações, desde a primeira cena que aparecem até a conclusão da série.

Trilha sonora e ambientação

A fotografia da série é belíssima, afinal se passa inteiramente em uma comuna italiana que leva traços clássicos de uma boa e velha cidadezinha interiorana. Não bastasse o detalhe das casas e ruas, a cidade é circundada por uma cadeia de montanhas e florestas, trazendo mais um belo cenário para a série em determinados, além é claro do fatídico lago.

O problema fica para a trilha sonora, que apesar de trazer trechos de músicas nos momentos certos de tensão, quando está perto do ápice parece que alguém esbarrou no botão do pause e tudo para. Chega a ser bizarro numa sequência no último episódio, que eu até me perguntei se tinha dado problema no som da minha TV. Apesar dos apesares, se esforçam para colocar uma trilha legal e tentar acompanhar os momentos de ação e suspense.

Um final duvidoso. 2ª temporada?

A série tem ao todo 7 episódios de 40/50 minutos, mas ao final da temporada nos perguntamos se de fato é necessário uma continuidade a história. Tudo leva a crer que a ideia dos produtores é que a maldição de Curon continue para mais uma temporada, o que me deixa extremamente receoso se de fato haverá trama para isso.

É inegável que mistérios expostos na 1ª temporada não foram resolvidos e só criaram expectativas, mas agora é saber se vão saber continuar. Uma temporada a mais até vai, desde que seja bem objetiva e trabalha visando o que ainda não vimos, sem querer criar uma obra enorme e desperdiçar uma boa história.

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