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Chaves – Um tributo musical | A juventude que nunca morrerá

Costumo dizer a alguns amigos que Chaves é imortal. Não só Chaves, mas toda a obra de Roberto Gómez Bolaños é algo a ser aplaudido por gerações. Chaves – Um Tributo Musical é até hoje a melhor e mais emocionante homenagem a nosso eterno Chespirito.

Quando anunciaram que Chaves teria um musical fiquei extremamente empolgado, e acompanhava direto pelas redes sociais toda e qualquer atualização da formação do elenco. A cada personagem oficializado era uma alegria e ansiedade cada vez maior que brotava de ver uma obra que tanto amei ver na TV, agora no palco de um teatro.

De início, eu achava que veria apenas um espetáculo composto de diversas cenas soltas, como clipes para cada uma das músicas de Chaves que tanto cantarolamos por anos e anos. Vai me dizer que você não conhece ‘Que Bonita Sua Roupa’ ou ‘Se Você é Jovem Ainda’ ? Eu tinha a certeza que clássicos como estes estariam presentes, mas eu fui surpreendido com muito mais.

Quando notei que além dos personagens clássicos que conhecemos como Chaves, Quico, Chiquinha e Seu Madruga, estavam no elenco palhaços, confesso que fiquei receoso do que estava por vir. Mas com 15 minutos de espetáculo eu estava convencido: era dia de me emocionar.

Chaves fez parte de minhas manhãs e tardes da infância, e hoje quando adulto ao procurar por algo que me faça rir, é inevitável que um episódio da obra de Chespirito estará presente no topo da lista. Seja das tolices do garoto da vila, das aventuras do Polegar Vermelho, ou até mesmo das consultas do Dr. Chapatin, a comédia de Chespirito é algo difícil de explicar para alguém.

Pois bem, Chaves – Um Tributo Musical não é unicamente uma obra para contar sobre o drama do garoto órfão da vila, mas sim para homenagear a lenda Chespirito, e porque aquilo que ele construiu fez gerações se encantarem através dos tempos, mesmo que ele não vestisse um nariz de palhaço, tocasse uma buzina ou andasse num monociclo.

O espetáculo funciona para os adultos e para crianças. Todos se divertem na medida certa, com o roteiro sabendo a hora certa de tocar o sentimento de cada um, seja pela emoção ou pela diversão. Não tenho vergonha nenhuma de contar que me emocionei por diversos momentos, afinal fui surpreendido de uma forma extremamente positiva, que orgulhou o fã que aqui vos fala.

A atuação de cada um dos personagens é irretocável, seja pelos trejeitos dos personagens que já conhecemos, até a vestimenta e a fala. Os palhaços que antes fiquei receoso deram um show a parte, e mereceram os aplausos efusivos de pé ao final do espetáculo. Sem eles, nada daquele tom emocionante construído teria funcionado.

A conjunção de músicas trazidas para o espetáculo foi de um detalhe e carinho primorosos com os fãs da obra. Por mais que alguns clássicos não estivessem ali presentes, novas músicas apareceram e encantaram, assim como outras tiveram pequenas adaptações que levaram o público ao delírio durante sua execução, com todos cantando a uma só voz.

2h30 de espetáculo passaram voando. Parecia que eu estava sentado a frente da TV numa manhã de domingo, dando risada sem parar das palhaçadas de Chaves, da Bruxa do 71 paquerando o Seu Madruga, e do Seu Barriga não cansando de cobrar aluguel e ser recebido com pancadas. Dividido em dois atos muito bem conectados, o musical termina com a vontade de querer ver mais. Porque não uma adaptação de Chapolin?

Recomendo o espetáculo muito mais para os fãs de Chaves e Chespirito, mas para aqueles que não são também. Chaves – Um Tributo Musical entrega não só uma homenagem, mas uma belíssima história de um homem que tinha a magia de fazer o público sorrir. Por mais uma vez, obrigado Chespirito!

Chaves – Um Tributo Musical
De quinta a domingo, até 03/nov.
Teatro Opus – Avenida das Nações Unidas, 4777 – Alto de Pinheiros, São Paulo/SP
Ingressos a partir de 45 reais (garanta o seu aqui!)

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