Quadrinhos

Como não amar o Superman?

Como não amar o Superman? Li alguém falando isso e fiquei pensando. Não sei. Nunca soube essa resposta porquê nunca houve um momento em que eu não o amei. Mesmo quando eu nem sabia ler, pegava os quadrinhos do meu pai e ficava folheando as páginas, criando histórias para aqueles desenhos. É coisa de família, sabe? Meu pai é professor e, na época, costumava brincar dizendo para os alunos que tinha vindo de Krypton. E acho que em algum momento da minha infância eu acreditei nisso. Kal El era meu amigo e a gente veio do mesmo planeta.

Eu aprendi a ler, e meu amor aumentou. Na inocência da infância, quando queria fazer sempre a coisa certa. Quando não queria decepcionar ninguém e acreditava no bem, sem qualquer dúvida. Tudo daria certo no fim. E Superman me provava isso a cada página. Se meus pais me ensinaram a trilhar um bom caminho, Kal foi meu grilo falante. A voz da minha consciência em quadrinhos.

O mais legal era vê-lo na TV! Nem sabia quem era Christopher Reeve, mas insistia para minha mãe me deixar ficar acordada para ver a Sessão das 10, depois do Programa Silvio Santos, todas as vezes que ia passar um dos filmes. Superman 1 e 2 eram as minhas paixões! Queria ser Margot Kidder mesmo que isso significasse ser sugada pela terra em um terremoto. Maldito Lex! Mas Superman giraria a Terra ao contrario e voltaria no tempo para me salvar. Tudo ficaria bem. E ele salvaria o mundo de novo e de novo e de novo. Porque é isso que ele faz.

Então, como não amar o Superman? Como não amar alguém que pode ser o que quiser, ter o que tiver vontade, e, ainda assim, ESCOLHER ser um de nós. Escolher perder, ir para a escola, se apaixonar e ter desilusões, ter um trabalho comum e levar broncas de um chefe chato como Perry White, perder (de diversas formas) seus pais e não deixar isso destruir seu espírito. Escolher estar conosco e ver que nós temos um lado que merece ser salvo. Acreditar na humanidade quando nem nós mesmos acreditamos.

Um super-herói completo com superforça, velocidade e várias outras habilidades que qualquer um gostaria de ter, mas que tem em sua maior qualidade a EMPATIA. A maneira que ele se coloca no lugar das pessoas e, principalmente, que nos mostra que nossa maior força está dentro de cada um de nós. Não, gente… Não há como não amar o Superman. E aqui escolhi alguns momentos dos quadrinhos e do cinema para mostrar a vocês o quão incrível é o filho de Krypton.

  • Paz Na Terra

Nessa incrível HQ de Paul Dini e Alex Ross (Omelete, sabe quem eu quero na CCXP, né?), Superman deixa de lado as batalhas contra vilões e vai lutar contra os problemas do nosso mundo, como miséria e desigualdade social. Creio que essa é a HQ que mais mostra o Superman como ele é: Um símbolo de esperança, uma grande inspiração para todos nós. Ele não resolve todos os problemas do mundo e obviamente é atrapalhado por pessoas que não querem isso, mas ainda assim, luta e nos mostra como lutar também.

  • Empatia

Em diversos momentos nos quadrinhos e nos filmes, Superman usa seus poderes para salvar gatinhos presos em árvores, ajudar senhoras idosas, crianças, e até mesmo devolver um medalhão de uma inimiga ao perceber a importância que ele tinha para ela. Nada é pequeno para ele. Como já disse: “Eu sempre estarei aqui. Sempre. Não são os poderes. Não é a capa. É sobre se erguer pela justiça. Pela verdade. Enquanto pessoas como vocês estiverem por aí. Eu também estarei. Sempre.”

  • Superman X Suicídio

É sempre muito delicado esse tema em qualquer momento. Nos quadrinhos, então! Mas em dois momentos os roteiristas entenderam a essência do Superman e nos presentearam com momentos inesquecíveis. Eles acontecem em All Stars Superman de Frank Quitely e Grant Morrisson e em Superman: Grounded de J Straczynski e Eddy Barrows. Ele entende que as vezes nós só queremos que nos ouçam e que digam que tudo vai ficar bem.

Acima de tudo, Superman tem fé na humanidade. Acredita que nós temos salvação. E que em algum momento, quando sairmos da adolescência e amadurecermos, vamos entender o nosso poder. Em Superman IV, em Busca da Paz há um momento em que ele diz exatamente isso. E nos faz ver que somos apenas um único povo. O filme pode não ser lá essas coisas, mas a mensagem é algo para guardarmos.

Sempre brinco dizendo que tenho Lois Lane Feelings. Não porque sou uma louca que quer se casar com um personagem fictício. Meu amor por Kal El não se baseia na aparência de um desenho ou de um ator. E eu sei que ele não existe. Mas sabem o que existe? Seu ideal, seu exemplo, sua inspiração. Ele me dá esperança todos os dias e continua sendo meu grilo falante, me ensinando sobre bondade, justiça, compaixão e fé em mim mesma.

Em 18 de abril de 1938, você nasceu para o nosso mundo. E eu só tenho a agradecer por ter vindo de Krypton comigo. Feliz 80 anos, meu velhinho. Eu sempre amarei você.

 

 

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